Jogador de vôlei agride a mãe e morre ao reagir contra policiais

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O jovem era usuário de drogas e agredia a mãe constantemente; vítima morreu ainda no local

Da redação

O jogador de vôlei Pablo Ferreira de Carvalho da Silva, de 25 anos, agrediu a mãe durante um surto na madrugada de domingo (12), em Cuiabá, e morreu ao reagir com uma picareta à abordagem policial.

 

Conforme o boletim de ocorrência, o caso foi registrado à 0h40 no Bairro Jardim Florianópolis. A mãe de Pablo acionou os militares dizendo que o filho era usuário de drogas e constantemente a agredia.

 

Aos policiais, a vítima, que estava do lado de fora do portão quando eles chegaram, disse que estava cansada das agressões, que desta vez havia sido agredida com socos e chutes. O filho, segundo ela, estaria muito agressivo e armado com um facão dentro de casa.

Pablo desobedeceu as ordens dos PMs, conforme o relato, e empurrou um dos militares em uma piscina vazia. O militar teria lesionado os dois braços e quando tentava sair acabou disparando acidentalmente a sua arma. Esse primeiro disparo não teria atingido o rapaz.

Pablo entrou em um dos cômodos da residência e se armou com uma picareta, posicionando-se atrás da porta. Com a aproximação de um dos militares, ele abriu a porta e fez ameaças com gestos de golpe usando a ferramenta.

Segundo o documento, antes que o militar saísse totalmente de dentro da casa ele deu um tiro em direção às pernas do rapaz, parando a sua aproximação naquele momento.

De repente, no entanto, Pablo teria saído do cômodo empunhando a picareta acima da altura de sua cabeça e indo em direção ao policial.

O militar disse ter ficado encurralado entre a parede e uma caixa d’água e efetuado disparos para pará-lo. Como Pablo seguia em sua direção ele teria efetuado mais de um disparo, conforme consta no boletim de ocorrência.

Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foi acionada, mas apenas constatou a morte de Pablo que estava caído no chão da casa.

As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram recolhidas pelo fiscal de área para que medidas administrativas fossem tomadas.

Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, o 1º Comando Regional já instaurou um inquérito  para apurar o caso.

Revolta popular

Um vídeo registrado por uma testemunha mostra vizinhos revoltados com a ação dos PMs.

“Entra aqui dentro da periferia e mata um coitado desses aí. Todo mundo aqui é pai de família pô, vocês também”, disse um deles.

“Não precisava disso, todo mundo aqui sabia que ele era doido”, disse outra.

O primeiro homem, bastante alterado, chega a levantar a camiseta e as mãos e dizer: “Eu não estou armado, não estou nada”.