Vídeo mostra conselheiro Waldir Teis tentando descartar cheques de corrupção

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A Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques, que juntos somam mais de R$ 450 mil

Por HNT

Imagens do circuito interno do Edifício Maruanã, localizado na avenida Historiador Rubens de Mendonça, um dos endereços mais nobres de Cuiabá, mostram o exato momento em que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Waldir Júlio Teis, desce 16 andares do prédio e descarta cheques rasgados em uma lixeira. Toda a ação é acompanhada por um agente da Polícia Federal.

O fato aconteceu no dia 17 de junho, enquanto os policiais federais cumpriam mandado de busca e apreensão no escritório de Teis. A ação é decorrente da Operação Gerion – 16ª fase da Ararath, deflagrada pela polícia judiciária da União.

Em uma gravação é possível ver Teis saindo do seu escritório de maneira tímida. Logo depois, o agente também sai do cômodo e começa acompanhar o conselheiro.

Em seguida, Teis começa a descer as escadas do prédio de maneira acelerada. Porém, o agente se mantém na “perseguição” para tentar ver quais os próximos passos do conselheiro.

Ao chegar ao que parece ser um subsolo, Teis para em frente ao elevador da entrada de serviço, tira alguns papeis do bolso e os coloca em uma lixeira. Nas imagens, é possível ver que o conselheiro não havia percebido que estava sendo acompanhado.

Na sequência, Teis é “abordado” pelo policial que começa a fazer questionamentos ao conselheiro. Logo após, o agente abre a lixeira e começa a fazer gravações com um celular. Enquanto isso, Teis estende o braço e se apoia na parede do elevador, desolado. As imagens não possuem audio.

Diante da tentativa de obstrução de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão preventiva (PP) do conselheiro. Na quarta-feira (1), o advogado Diógenes Curado, delegado da PF aposentado e ex-secretário de Segunça Pública de Mato Grosso, que patrocina a defesa de Teis, pediu que ele se entregasse à Polícia Federal.

Na investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram que os cheques, que juntos somam mais de R$ 450 mil, são de empresas ligadas à organização criminosa da qual o conselheiro é suspeito de integrar.

Na decisão, o ministro Raul Araújo apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados e decretou a prisão preventiva do conselheiro do TCE/MT para a garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos.

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