Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Glaucia Amaral alerta para o direito da mulher em terminar um relacionamento e continuar viva
A procuradora de Justiça de Mato Grosso e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Glaucia Amaral, alerta para o alto índice de casos de violência doméstica no estado. “Existe uma distância entre o patamar que os homens e o que as mulheres alcançaram em direitos humanos, especialmente o direito a vida. Circunstâncias naturais do fim do relacionamento entre homem e mulher estão matando mulheres, em quantidade gigantesca, o que não acontece com o homem”, comenta ela.
Glaucia pontua que o feminicídio é uma chaga social, levando o homem à prisão por matar a mulher e deixa crianças órfãs. Segundo ela, a sociedade machista e misógina agrava o contexto. Basta observar o requinte de crueldade dos crimes, como caso do assassino da mãe e do filho da vítima, jogando a criança no rio pela ponte. “Ninguém é diminuído pelo fim de um relacionamento, ninguém é menos homem, isso é uma outra ideia, a ideia da masculinidade que é quebrada quando a mulher não faz o que ele quer”, acrescenta ela.
Uma frase recorrente: minha ex era louca, aponta a procuradora, deve levantar suspeita. “Essa frase é perigosa, não é possível que todas as mulheres que ele conheceu eram loucas. E também a rivalidade feminina tem de acabar”.
Para ela, o que combate a violência é a ideia da igualdade, quando a mulher é vista como igual, campanhas informativas, palestras, bem como o aumento da autoestima da mulher e do homem. Glaucia citou a Patrulha Maria da Penha, que contribuiu com a segurança das vítimas.
Confira a entrevista na íntegra: